pintura de Sergio Macedo
M
Mulher - Música
MULHER
Era bela como um anjo
E seu sorriso adolescente
Brilhava em sete luzes estranhas
Que a tornavam fascinante
Contrariamente ao que afirma uma feminista famosa, a mulher não é um ser humano como os outros. Ela tem um especificidade mental que sempre a distinguirá do mental do homem, e isso foi desejado pelos criadores. Mesmo na quarta dimensão, os espíritos com predominância Yin pensarão um pouco diferente do que os espíritos com predominância Yang, e essa diferença será a garantia de uma eternidade de competição amigável e de polimento de argumentações intelectualmente estimulantes.
A visão, o papel e o lugar da mulher mudam conforme o país e seu grau de desenvolvimento material e espiritual. Nos países de cultura judaico-cristã, sua primeira desvantagem vem do fato de ser dito na Bíblia que o homem foi criado primeiro e que Deus teria utilizado uma de suas costelas para criar a mulher, o que a pôs automaticamente em situação de inferioridade, de pertença e submissão em relação ao homem. Vieram em seguida os ensinamentos de Paulo, bastante misógino, que influenciaram profundamente a Igreja e são a base de certo ostracismo feminino, ainda hoje manifestado pelo representante de São Pedro. Na área política, as mulheres não foram tampouco mimadas na base, pois foi Platão um dos primeiros e mais influentes politicólogos da era pré-cristã. Como todos sabem, ele tinha um interesse mais que extremamente limitado pelas mulheres que, devido a isso, não figuram realmente em suas preocupações metafísico-políticas. Acrescente-se a isso o fato de que a natureza dotou a mulher de um sistema muscular menor, de um sistema reprodutor exigente, doloroso e perigoso, e de um corpo que estimula fortemente a libido do macho; todos esses ingredientes aí estavam para que a mulher herdasse uma vida difícil e um começo laborioso, mas proporcionalmente com mais méritos em caso de sucesso, graças à lei dos grandes equilíbrios.
Como se tudo isso não bastasse, muitas mulheres têm, ainda hoje, de sofrer essa bárbara ablação do clitóris, denominada Excisão, fonte de dor e de complicações físicas, sem falar da atitude odienta que consiste em destruir um elemento muito importante de seu corpo, apesar de sua pequenez, que foi objeto, por um bom momento, da atenção criadora daqueles que conceberam vocês, a fim de dele fazer o vestíbulo para a quarta dimensão!
A finalidade evolutiva humana conforme definida pelo Criador prevê que o homem e a mulher conheçam a igualdade total entre eles, o que, a priori, parece normal, sendo igual seu nível de capacidade intelectual. Uma estrutura cerebral voluntariamente diferente dá ao cérebro esquerdo masculino uma leve vantagem, compensada por uma superioridade da mulher quanto à utilização de seu cérebro direito. Este detalhe garante uma diferença de visão e de ação entre os sexos que é propícia à evolução permanente da humanidade. Como o mundo se divide atualmente entre países que concedem status de igualdade às mulheres e aqueles que as mantêm em situação de inferioridade, é fácil verificar que países mais se beneficiam da igualdade de direitos (e de deveres) entre os sexos.
As mulheres que adquiriram recentemente (segundo a evolução) o direito a status igual não devem cometer o erro de adotar o mesmo comportamento “machista” e autoritário dos homens, reduzindo assim a diferença desejada pelo Plano. De fato, que interesse haverá em ter mulheres ministros se elas agirem e pensarem como um homem ministro?
Esperamos que a paridade sexual entre os representantes eleitos pelo Povo à qual tendem todos os países democráticos trará uma mudança concreta da política e da forma de aplicá-la, pois os homens mostraram suficientemente seus limites e suas fraquezas frente à corrupção ou à pressão do poder. As mulheres verdadeiras não terão tais problemas, sua integridade sendo, em seu conjunto, mais desenvolvida que a do homem, mesmo do homem moderno. Como se torna urgente restabelecer uma certa moral e uma moral certa nos costumes políticos, sob pena de ameaça aos sistemas democráticos, e reforçar as teses da peste marrom ou vermelho vivo, encarrego as mulheres que se destinam à política de conservar e, se necessário, aumentar sua feminilidade. É disso que precisa o mundo danificado e massacrado pelo homem. A ecologia, a família, a guerra, a ajuda aos países subdesenvolvidos, a poluição alimentar são áreas em que a mulher política deve absolutamente se impor a fim de orientar de forma diversa daquela que funcionou até agora sob a administração masculina. Sua sobrevivência geral depende disso, de modo que não se trata apenas de uma questão de princípio. Os países que decidirem manter a mulher em condições de escravidão ou similares, impedindo-a de seguir um programa educativo normal, privando-se assim de 50% de seu potencial intelectual nacional estarão caminhando para uma terrível decadência e finalmente para a desaparição, não sem antes, é claro, e infelizmente, terem derramado rios de sangue. Mesma observação em relação às religiões: as que dão à mulher igualdade de direitos terão mais chance de perdurar do que aquelas que a confinam a um papel subalterno imutável.
Quando estava infestada de diabos, a Igreja católica romana atacou violentamente a mulher, tentando mesmo negar que ela possuísse uma alma. Não foi por certo nos ensinamentos de Jesus que ela foi buscar tal absurdo, Ele que tinha formado tanto apóstolos homens quanto apóstolos mulheres (ver Jesus, Vol.1) e que justamente foi de encontro às autoridades judaicas em relação a isso, pois as mulheres eram sistematicamente mantidas afastadas das questões religiosas e políticas, exatamente como, no terceiro milênio, nos países islâmicos ainda se aplica a “charria”.
Durante a Inquisição, a igreja, mais infiltrada do que nunca pelos diabos, voltou-se mais uma vez contra as mulheres, queimando milhões delas em toda a Europa, a pretexto de combater a bruxaria. Até Joana d’Arc teve direito à fogueira! Aconteceu sem dúvida que no conjunto fossem queimadas algumas autênticas megeras e envenenadoras, mas na verdade essa paródia macabra de justiça pseudo-divina não passava de obra de satanistas devotados, portanto de torturadores sádicos e pervertidos, pois tal é a marca da Besta, o selo da infâmia: sentir prazer com o sofrimento do outro, enquanto o amor revelado por Deus, depois pelo Cristo é o contrário: comprazer-se em fazer o bem ao próximo. O amor materno é uma das melhores ilustrações do que seja o amor incondicional, o mesmo que se pede a todos que desenvolvam por todos os seres.
Seria, pois, bom se as mulheres ocidentais da atual geração, muito prontas para se divorciarem do marido e, freqüentemente, pai de seus filhos, se esforçassem por amar um pouco melhor e por mais tempo os homens que a elas se uniram para o melhor e para o pior. Sendo a natureza do homem o que é, que as esposas pensem que, recusando-se com excessiva freqüência a cumprir “seu dever conjugal” elas só fazem, indiretamente, favorecer a instalação de redes de prostituição que utilizam jovens muitas vezes raptadas por pequenos rufiões mafiosos. A partir do momento em que há demanda por algo, a máfia se encarrega de organizar, em seu próprio benefício, a oferta.
Quanto ao amor altruísta, necessário para a evolução harmoniosa da família, a vida de vocês na Terra é apenas o início de um longo treinamento nesse sentido, assim, não se demorem no caminho, e abram-se o mais depressa possível ao amor incondicional. Quanto mais tentarem, mais sua alma se desenvolverá, pois ele é seu alimento favorito e o mais recomendado pelo Criador e por seu Filho Paradisíaco Micaël-Jesus, o grande instrutor em matéria de compaixão.
As estruturas cerebrais da mulher lhe deram o direito e a honra de ser escolhida para dar a vida e se ocupar prioritariamente dos recém-nascidos. É uma grandeza e uma servidão, mas é este o destino humano, pois suas tarefas cósmicas futuras exigem um grande amor e uma grande integridade. O status parental é uma das formas mais seguras de trabalhar satisfatoriamente essas qualidades cósmicas. Os homens terão sempre grande dificuldade em compreender as mulheres, quaisquer que sejam aliás as diferenças entre eles. Como essa dificuldade é desejada pelo Plano a fim de fazer sempre mover-se a realidade humana, é inútil que vocês se acusem por essas diferenças e as utilizem como motivo para romper uma relação cujo início era promissor. A idéia é, ao contrário, que vocês utilizem essas diferenças para que cada ser, macho ou fêmea, adquira as qualidades intrínsecas do outro sexo ao mesmo tempo em que conserva as suas. A finalidade última do Plano é de chegar a uma raça de seres completos, com atributos ao mesmo tempo viris e femininos.
Será então inevitável uma igualdade autêntica. Essa tendência a unir os extremos já começou nos mundos evoluídos: muitos homens desenvolvem seu yin (o princípio feminino), enquanto cada vez mais mulheres se tornam mais yang. Essa evolução dos costumes continuará ainda por longo tempo, e lentamente, mas como se trata de um de seus objetivos evolutivos, é inútil se opor a isso; ao contrário, é de se desejar que todos entendam esse ponto de vista, que o aceitem e pratiquem, inclusive e principalmente nos países do Terceiro Mundo, pois está em jogo aqui seu futuro desenvolvimento.
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MÚSICA
Artistas em geral, mas, sobretudo, musicistas,
Encontrem novos sons, entrem em sintonia
Só restam vocês para apontar o caminho
Que leva ao paraíso dos amigos eternos
Sendo a música a forma de expressão da qual os anjos e os mortais evoluídos do espaço estão mais próximos, e sendo essa forma de expressão um dos agentes que pode eventualmente ajudar vocês a espiritualizar seus pensamentos, vou lembrar-lhes em detalhe um certo número de fatos a respeito dessa expressão artística maior.
Se desejo tratar o assunto da maneira mais completa possível, é porque a música é uma de suas principais portas de consciência, juntamente com a prece e a yoga, e a esse título não constitui exceção quanto aos ataques dos luciferianos em seu mundo no intuito de bloquear toda espécie de luz espiritual capaz de ajudar vocês a progredir e assim, a livrarem-se de sua influência e, finalmente, de sua presença. O som é composto de vibrações ; a luz, também. No princípio era o Verbo, e o Verbo era Deus. Deus é Amor ; o amor é espiritualmente luminoso. Portanto, Deus é luz, som e amor, e os três são apenas um quando unificados por Sua presença.
Por isso, um bom músico, qualquer que seja sua etnia, é capaz de fazer com que seus ouvintes sintam o sopro de Deus, e também por essa razão a música é arte que atrai irresistivelmente mais pessoas : seu aspecto luminoso age sobre elas como a luz física age sobre os insetos ou os peixes. O verdadeiro poder da música começa onde pára o poder dos livros e dos pensamentos intelectuais. A música transcende a matéria e o intelecto.
Platão declarou, numa época em que a música se encontrava ainda balbuciante em seu país : « A música pode dar asas a seus pensamentos e iluminar sua alma com uma luz eterna ». Que teria ele dito depois de ouvir « A cavalgada das Valquírias » ou « Tannhäuser », de Wagner ! A acústica estudada das pirâmides orientais e das catedrais ocidentais mostra que os Homens conhecem há muito tempo a influência espiritualizante que o som artisticamente elaborado pode ter sobre a psique humana. Quando o ritmo é perfeitamente sincronizado com a melodia, e esses dois elementos servem de suporte a palavras inspiradas e cantadas por uma bela voz, atinge-se o máximo daquilo que uma expressão artística pode fazer sentir à alma humana como impressão de beleza divina, e não é raro, nesses casos, que o ouvinte se emocione até às lágrimas ou que um arrepio kundalínico suba ao longo de sua medula espinal.
Os chacras reagem muito bem à música, sendo o reverso da medalha o fato de que esta pode pois manipular os chacras ; se ela foi preparada para aprendizes luciferianos, teremos fluxos musicais que engendram a degenerescência, tanto para os músicos quanto para seus ouvintes ; assim foi criado o trio potencialmente infernal « droga-sexo-rock’n roll », que tornou a juventude totalmente descrente em relação à geração mais velha e destruiu a tentativa dessa juventude de provar a seus pais que estava certa em fazer a revolução fraterna mundial.
O movimento punk, a heroína e a AIDS vieram interferir fortemente nessa revolução pacífica dos costumes e das mentalidades que tentava se instalar, e os ideais, embora elevados, dessa geração psicodelizada foram abaixo como um suflê que falhou, em conformidade com os planos dos agentes secretos da CIA, do KGB e do FBI de Hoover. Mas durante o período dos anos 70-80 e graças a centenas de canções inspiradas, tudo foi dito sobre o amor, a vida, e Deus, ficando totalmente gravado para sempre em mídias que vocês podem consultar à vontade. Assim, nem tudo foi perdido, e a mensagem foi transmitida para as gerações futuras ; se por enquanto poucas pessoas se deram plenamente conta disso, é porque as rádios negligenciam a pedagogia em favor do lucro imediato e das músicas fast-food.
Algo que os diabólicos não podem, no entanto, controlar inteiramente, é que uma grande proporção de compositores descobre bem depressa seu Deus interior, e se tornam eles grandes pensadores humanistas, o que se explica pelo fato de que um músico que capta os sons em seu ouvido interno capta também os pensamentos e os sentimentos a eles ligados. Os sons têm de fato uma espécie de alma, e cabe ao músico captá-la, depois revelá-la materialmente aos não músicos. A música está em todos os campos de consciência, baixos ou elevados. É o compositor que, por meio de sua própria freqüência, vai captar a música que corresponde a seu próprio nível de consciência ; quanto mais mística e desinteressada for sua atitude pessoal, mais sua música será misteriosa e espiritual, rica, portanto, em beleza e em harmonia.
De J.S. Bach a Scriabin, passando por Mozart, Tchaikovsky e Wagner, não faltam variações sobre esse tema ; da mesma forma, se um músico se entrega ao sexo em termos do que este pode ter de mais vil, às drogas pesadas, à violência e à devassidão, a música por ele produzida será ilustrativa do estado de espírito em que ele se move, e terá como admiradores seres que se encontram no mesmo estado de espírito.
Estabelece-se então entre a vedete decadente e seu público uma competição para ver quem será o mais decadente e o mais feio, jogo idiota, pois nele ninguém ganha, bem ao contrário ! Ou bem se serve o bom gosto, ou bem se serve o mau. Ou se utiliza a música que cura, ou se utiliza a que desregula, conforme o senhor que se quer servir, sabendo-se que não se pode servir ao mesmo tempo a dois senhores...
No que se refere às cerimônias vudus, fica claro, segundo o comportamento dos participantes e suas caretas, que os espíritos atraídos só podem pertencer ao baixo astral, àqueles que se divertem em enganar os humanos. Quanta diferença nos rostos se os comparamos com aqueles, tranqüilos e recolhidos, às vezes extáticos, dos ouvintes de música sacra clássica ou indígena, cujos chacras superiores foram re-harmonizados por essa onda harmoniosa. O contraste é impressionante, e fala por si : os dois ambientes musicais não levam os ouvintes ao mesmo país nem às mesmas experiências espirituais. Cada raça de cor tem, pela vontade de seus criadores, uma concepção original de ordem instintiva dos ritmos e das melodias, complementar às concepções das outras etnias de cor.
Esquematicamente, os Índigo são mais talentosos para os ritmos e os rituais de transe místico, os Brancos acentuam a melodia e a polifonia, os Amarelos se servem dos sons para favorecer um estado meditativo, os laranjas e os verdes, para dançar e se divertir. Os vermelhos jamais conseguiram elaborar uma música divertida. Seus cantos são harmonicamente pobres, e seus ritmos, rudimentares. A música guerreira era a mais elaborada, se se pode dizer assim. Entretanto, eles têm coragem e resistência superiores às dos outros, qualidades que lhes servem tanto quanto a música serve a outros. Pode haver objetivos diametralmente opostos quanto à expressão musical ritual : assim, os tibetanos, resultado étnico de um encontro longínquo entre uma tribo Amarela e uma Vermelha, só usam a música para espantar os demônios, a fim de que estes os deixem meditar em paz no silêncio recuperado. O que explica a desarmonia habitual de sua música, com suas trompas, seus trombetas e seus címbalos ensurdecedores, tocados em ritmos irregulares que impedem de esboçar qualquer passo de dança.
Os tibetanos têm outras técnicas que não a música para os levar a seu templo secreto ou ao Nirvana, por isso a música nunca teve a oportunidade de se desenvolver entre eles. Contrariamente aos tibetanos, os africanos utilizam os sons e os ritmos para atrair os espíritos. Usam também cantos polifônicos repetitivos e mágicos sobre uma seção rítmica que lembra a pulsação vital do coração humano, o batimento primordial da mãe. Assim, é fácil para eles entrar em transe hipnótico e abrir seus chacras aos espíritos, com todos os riscos de possessão que isso comporta.
Também a música militar obedece a critérios precisos a fim de pôr em transe os soldados e fazê-los marchar além de sua capacidade normal. É provável que sem a Marselhesa e outras músicas militares que ele fazia tocar continuamente pela banda que o acompanhava em todos os campos de batalha, Napoleão não teria obtido tantas vitórias nem feito seu exército marchar tantos quilômetros a pé durante vinte anos.
Atualmente, o show business, infiltrado por múltiplos agentes do baixo astral sempre interessados por qualquer possibilidade de ganhar dinheiro, promove, por meio de campanhas publicitárias muito rentáveis, publicitários, pedófilos, ninfômanas e narcisistas compulsivos, produzindo no palco uma música com baixos ensurdecedores, ritmos agressivos e literalmente infernais, com sons artificiais e metálicos, que têm a faculdade de desestruturar a consciência de seus ouvintes-vítimas, em vez de a espiritualizar, o que seria, no entanto, a função original da música ; e, para coroar tudo isso, canções cujas letras são convites ao assassinato ou ao suicídio, o que, dada a responsabilidade cármica, dá no mesmo.
Se vocês observarem o gênero de arquétipo humano que engendra essa música, tudo lhes parecerá claro : sua aparência evoca o baixo astral em toda a sua feiúra, e eles exibem seus vícios praticamente à luz do dia, como provocação suplementar e demonstração de domínio sobre os « fãs » ; isso vai da pedofilia simples ao apunhalamento selvagem, passando por todos os comportamentos perversos, antiespirituais e socialmente chocantes. Mas esses agentes da arte infernal são apenas uma minoria entre todos os artistas. Se eles são em geral mais conhecidos, é porque o show-biz gasta milhões de dólares na promoção de seu ego e de suas músicas primárias. Há três grupos distintos de músicas, que correspondem aos três níveis de realidade de sua personalidade : a música física (chacras 1, 2, 3) a música mental (chacras 3, 4, 5) e a música espiritual (chacras 5, 6 e 7).
I- A música do corpo
Esta categoria concerne essencialmente aos chacras ditos « inferiores », a saber, o primeiro, o segundo e o terceiro nível de consciência. Ela não tem ação psicodélica, não suscita sentimentos de amor, nem traduz a beleza do mundo sutil invisível, ao contrário, serve para se dançar de modo binário e frenético.
Essa música diz respeito, portanto, sobretudo aos jovens, que gostam de perder a cabeça e de se acabar nesses dilúvios sonoros e luminosos. Quanto mais eles desaprovam o que se passa em seu meio-ambiente, mais buscam esses espetáculos descerebrantes onde podem enfim evadir-se por algum tempo. Para aumentar ainda essa vontade de fugir para outro lugar, tomam todo tipo de drogas distribuídas gentilmente pela máfia, já que elas são oficialmente proibidas, algumas, lamentavelmente, perigosas e até mortais, porque falsificadas ou sintetizadas por ignorantes aprendizes de feiticeiro, chechenos ou libaneses. Este assunto já foi amplamente tratado, então, volto ao tema que nos ocupa aqui: que o leitor não perca de vista o fato de que esta análise musical crítica não envolve questões de gosto, pois cada um tem o direito de ter o seu sem ser obrigado a prestar contas a alguém.
Falo aqui exclusivamente do impacto espiritual positivo ou negativo sobre a psique humana, tema da polêmica atual em torno das atividades dos mercadores do templo da Música, e razão de ser deste livro, que é revelar a vocês os detalhes da vasta conspiração contra os filhos de Deus que está presente em toda parte, inclusive no reino da Música. Esta tem um papel importante na formação cultural e mental do indivíduo, por isso algumas coisas pouco agradáveis mas necessárias devem ser ditas aqui, para sua informação. Por exemplo :
1°)- O rock, dos anos 70 a seus dias atuais
Atingimos aqui o campo das músicas perigosas, pois freqüentemente nocivas para o ouvinte, tanto para seus ouvidos quanto para seus chacras e, assim, para seu caráter. Fisiologicamente, pois os músicos deste campo se apresentam freqüentemente em espetáculos onde a sonorização emite decibéis em excesso, em termos de corpo físico, fator de doenças graves do ouvido e do cérebro, e de corpo sutil, de desregulagem dos chacras, portanto, da consciência. Psicologicamente, porque a maioria das letras de canções interpretadas por cantores que berram, dizem incoerências ou guincham, segundo o temperamento, giram em torno do sexo libertino, da rebelião gratuita e da afirmação do ego.
Essa música se caracteriza ainda por uma extrema simplicidade das modulações, em geral sempre as mesmas três ou quatro, mais uma « ponte » no meio. A bateria e o baixo, o que se chama « seção rítmica », tocam no máximo de suas possibilidades sonoras amplificadas ritmos pesados e repetitivos, em sua maioria RIFFS, sendo as melodias tocadas em guitarras com distorção harmônica tocadas por hermafroditas contorcionistas que parecem levar choques elétricos a cada acorde produzido...
Somente os sedentos de cerveja e de sensações fortes se comprazem nisso, certamente não o perito melômano. Os famosos "Hell’s angels", com os quais não tenho qualquer parentesco, são os maiores fãs desse gênero de música, e se vêem freqüentemente encarregados de assegurar ao mesmo tempo a ordem e também, paradoxalmente, a distribuição de drogas diversas, cujo controle nesse campo eles conseguiram através de luta dura e sangrenta. Diz-me com quem andas, e te direi quem és.
2°)- O transe-techno
Esta expressão musical, contrariamente à anterior, raramente é cantada, e não veicula qualquer mensagem especial. Ela é interpretada exclusivamente em sintetizadores e comandada por computadores munidos de programas encarregados muitas vezes de encontrar eles mesmos os ritmos e as melodias, porque esses novos músicos chamados "D.J." ou "M.C" não são na verdade compositores. Entretanto, eles sabem levar os que dançam ao transe, isso é incontestável. As mais diversas amostras de sons são utilizadas sobre uma base de ritmos frenéticos, fortemente desaconselhados aos cardíacos e aos diabéticos.
Os locais destinados a concertos desse tipo de música são mais raros, pois há somente poucos grupos tradicionalmente estruturados, mas eles reinam nas discotecas do mundo inteiro. Também neste caso se coloca o problema do excesso de decibéis e de vibrações superativas que engendram desregulação dos chacras e aumento do instinto de violência. Estas considerações soam terrivelmente reacionárias, mas pintam uma realidade e conseqüências fisiológicas que são globalmente prejudiciais para vocês. É necessário ainda colocar bem o problema e conhecer bem os objetivos ocultos : no caso, falo da tentativa de alienação da juventude graças aos engodos desenvolvidos por profissionais da manipulação mental. Nada disso evoca a liberdade, embora os roqueiros se vangloriem de levar às nuvens este valor.
3°)- A música dos tambores
As cerimônias que utilizam exclusivamente um grande número de tambores são freqüentemente utilizadas para induzir as pessoas à guerra, ao ódio e ao estupro, pois suas freqüências sonoras vibram principalmente no nível dos chacras inferiores. Os tambores de guerra dos Homens vermelhos, os rituais africanos ou sul-americanos o demonstram claramente : os gritos histéricos e os movimentos desordenados dos « possuídos » não são em nada reveladores de realidades divinas e cósmicas. Enfim, os adeptos desses transes, tornados ávidos de sangue, não relutam em matar ocasionalmente. È este o problema do vudu e de seus rituais de sacrifícios de animais. Quando os escravos africanos se espalharam, a contragosto, pela América, nas Antilhas e no Brasil, suas respectivas diásporas mantiveram vivas as tradições do vudu. Seus mestres, bons cristãos, quiseram satanizar suas tradições para melhor as proibir, o transe tendo sido sempre considerado pela Igreja como sendo de essência diabólica. Mas essencialmente, o vudu não é diferente nem mais perigoso do que o shamanismo tibetano ou yaqui.
II - A música mental
Esta música corresponde aos chacras três, quatro e cinco. Do amor de si ao amor de deus. Ela não é pois exclusivamente carregada de emoção espiritual, mas é útil par re-harmonisar esses chacras. Continuando meu hit parade, porei em primeiro lugar esta categoria :
1°)- A música do século XIX
Alguns dos compositores citados anteriormente se encontram também nesta categoria, pois eram compositores ecléticos e em evolução. É o caso de Franz Liszt, que fez evoluir continuamente sua música. Ele começou com uma música de terceiro chacra, glorificando seu ego que ele sabia muito talentoso, e as proezas técnicas de suas composições de então impediam o Espírito de se manifestar através delas. Depois, com a idade, passou à música superior, que se dirigia ao coração, da qual escreveu páginas soberbas, principalmente em torno de temas húngaros. Depois, acabou compondo missas e até se tornou um padre casto, ele que durante décadas tinha sido um mulherengo inveterado. Belo trabalho, Franz. Os outros músicos que tenho o prazer de colocar nessa categoria se chamam Mozart, Schumann, Beethoven, Vivaldi, Rossini, Brahms, Holst, Chopin, Sibelius, Debussy, Mahler, Berlioz, Tchaïkovski, Wagner, Moussorgsky, Scriabin, Rachmaninov, Katchaturian, Ravel, Debussy, Fauré, Messiaen...Todos diplomados mestres em música romanticamente mental e visual.
2°)- A música pop da nova era
Esta música, que apareceu primeiro na Alemanha e na Califórnia nos anos 70, é a contraparte moderna das músicas sacras do século XIX. A câmara de ressonância e a reverberação eletrônica substituem a acústica calculada das igrejas, e os vôos melódicos são menos espirituais do que os descritos anteriormente. Os músicos "new age" são também tecnicamente menos competentes que seus antecessores, pois menos trabalhadores, já que as máquinas suprimem a necessidade imperiosa de se praticar escalas diariamente durante horas para ser capaz de tocar as partituras elaboradas pelos gênios do século XIX. Atualmente, os melhores músicos desta categoria servem para o relaxamento dos executivos estressados pela vida trepidante das megalópoles ; suas músicas são úteis para estabilizar o quarto chacra, o que já é alguma coisa. Alguns dos sons utilizados são doces ao ouvido, pois se trata de freqüências puras como as ondas Martenot ; elas têm o dom de estabilizar as ondas alfa, e assim, provocar a sensação de bem estar e de calma que infalivelmente envolve o ouvinte.
Os melhores desta categoria são Pink Floyd, Tangerin dream, Jean-Michel Jarre, Terry Riley, Tod Rungren, Genesis, Klaus Schulze, Le Mahavishnu Orchestra, certas baladas mágicas dos Beatles e do Grateful Dead inspiradas pelas musas angélicas...
3°)- A música étnica
Em minha opinião, a música étnica reúne todas as músicas antigas o suficiente para não terem sido poluídas pela moda moderna que consiste em amesquinhar as expressões musicais ancestrais, com um único objetivo, demagógico e mercantil. Assim, a música cigana é étnica. A música dos griots*[1] africanos, também. Os cantos polifônicos dos bosquímanos, as melopéias da Etiópia, as harmonias zulus, o folclore israelense, as polifonias corsas e a música celta, dentre outras, pertencem também a essa categoria de música que, por sua sinceridade e dado o talento individual dos instrumentistas, tocam e re-harmonizam os chacras superiores do ouvinte.
4°)- O jazz
A criação do jazz resulta de um fenômeno de aculturação. Mais exatamente, ele é produto, na Terra norte-americana, da mistura das culturas da África Ocidental (a parte da África que serviu de reservatório de escravos) e das culturas européias com seus instrumentos evoluídos (metais, cordas, piano e órgão). O porto de New-Orleans impôs por muito tempo sua marca, e teve um papel primordial de difusor cultural, dada sua importância econômica e geográfica. Em virtude da transformação permanente dessa música, que se expandiu muito rapidamente para fora do seu contexto original, o jazz se difundiu em todos os países até ao Japão, que conta excelentes grupos desse tipo de música.
Como esse processo de fusão multicultural se deu fora de qualquer sistema de expressão musical, pois a espontaneidade espontânea e as improvisações constituíam suas bases, o jazz é uma espécie de equilíbrio instável em que se misturam os ritmos ancestrais da África Ocidental (a dos griots ), de um lado, e, de outro, as velhas culturas sinfônicas européias da Espanha e da Inglaterra, passando pela França, a Itália e a Alemanha e, finalmente, a música country dos primeiros pioneiros, que balança e faz bater os pés, utilizando instrumentos rudimentares e leves como o violão e a gaita. Essa batida sumária, presente na música folclórica branca, vai ser transformada pelos Índigos e por seu conhecimento ancestral dos ritmos compostos e sincopados. De fato, a rítmica africana se apoia essencialmente em formulas baseadas na divisão do tempo em unidades cíclicas de duração idêntica.
A execução simultânea por vários instrumentos de percussão de fórmulas rítmicas diferentes, embora expressas no interior de um ciclo fixo, dá lugar a elaborações rítmicas de grande complexidade, que só se comparam à complexidade das fugas de Bach no campo melódico.
O beat europeu e o tempo defasado no interior de um ciclo fixo produziram a música "swing", cara a Louis Armstrong. Ele e seus companheiros - cujos nomes, se vocês os querem conhecer, se a musicologia do jazz lhes interessa, podem ser facilmente obtidos consultando-se a discografia – inventaram novas expressões com seus respectivos instrumentos, como os « dirty tones », os sons prolongados, os glissendo caros ao trombonista Kid Ory, e as melodias percutidas bem na tradição africana. Essa nova linguagem musical logo conquistou o planeta e contribuiu para libertar o povo dito « negro » do desprezo geral que ele até então suscitava.
Se o jazz pôde tão rapidamente ganhar fama, é porque ele corresponde, em sua expressão musical, ao terceiro chacra, ou ao ego do solista e à capacidade deste de expor seu virtuosismo instrumental, que vai ser o elemento mais importante do jazz. Pouco a pouco, os brancos se puseram a querer copiar essa música, e logo formaram suas próprias orquestras e suas próprias interpretações das síncopes.
Mais rígidos que seus irmãos Índigos para poderem balançar tanto seu corpo quanto a música, eles criaram as grandes orquestras, a meio-caminho entre a orquestra de câmara européia e as improvisações tribais com estrutura de apelos e de respostas característica de temas próprios da música africana. « Porgy and Bess », de George Gershwin, é hoje a obra mais bem sucedida no que se refere à fusão das tradições musicais branca e índigo. Esta última soube imprimir no jazz um toque sentimental e quase espiritual, que às vezes lhe falta, especialmente no período que desemboca no "free jazz".
Django Reinhardt e Stephan Grapelli introduziram com muita felicidade um toque espanhol e cigano no jazz, acabando por fazer dele uma linguagem de flexibilidade ilimitada. Uma das vertentes evolutivas do jazz produziu, ao final dos anos 70, o jazz-rock, onde o virtuosismo extremo dos intérpretes apaixonados pela música indiana e oriental, somado às novas sonoridades dos sintetizadores, resultou numa música muito energética e abrasiva. Seus principais intérpretes são Ray Charles, Miles Davis, Herbie Hancock, Ian Garbarek, Keith Jarrett, Jacques Loussier, que adaptou Bach às leis jazísticas. É certo que essa época, em que o haxixe e a maconha eram onipresentes entre os músicos de todas as cores e de todos os países, influenciou em muito o caminho melódico e rítmico que o jazz e o rock tomaram a partir dos anos 70. O que faz com que essa música estimule também o quarto chacra. A última geração desses mestres instrumentistas é composta por Chick Corea, Alice Coltrane, Ian Hammer, Paco de Lucia, Aldi Meola, Jean-Luc Ponty, John Mc Laughlin, Stevie Wonder, Didier Lockwood, Patrick Moraz, Christian Vander...
Todos esses músicos brilhantes circulam entre a música espiritual e a música mental. A riqueza harmônica das orquestrações e a complexidade dos ritmos produzem uma música completa, ideal para recarregar os chacras intermediários (3, 4, 5).
5°)- O Reggae
O reggae adquiriu finalmente seus títulos de nobreza graças ao talento incontestável de letristas ganjamen jamaicanos, Bob Marley à frente. Dada a natureza de seus textos e sua influência benéfica sobre todos os músicos que mergulharam nessa brecha inesperada criado quando explodiu seu talento, vocês podem presumir que Bob Marley trabalhou com entidades espirituais, e estarão certos. O ritmo orgânico dessa música somado ao nível altamente inspirado das letras da maior parte de suas canções contribui para classificar sua música na categoria que produz energias mentais e espirituais, sendo ela, pois, benéfica para a consciência do ouvinte. O reggae e seus novos derivados, o rap e o ragamufin, tornaram-se tribunas livres onde os oprimidos, logo sobretudos os índigos, os verdes e os laranja, todos descendentes de escravos ou de colonizados, têm a oportunidade de apresentar, cantando, suas idéias, pontos de vista e suas soluções para melhorar a situação.
III – A música espiritual
Certas músicas, se bem empregadas, podem reforçar no ouvinte seu lado positivo, seu senso estético e de harmonia, levando infalivelmente à gentileza e à paz interior. É o caso das músicas espirituais, as que fazem irresistivelmente com que os ouvintes sintam a Deus. Quando mais notas ativas há numa oitava, tanto mais a música ressoa de forma rica nos chacras, em especial nos superiores, mais receptivos às melodias e aos agudos, ao passo que os chacras inferiores reagem mais aos ritmos e aos sons graves. Por exemplo, a escala temperada, utilizada pela raça branca, se divide em doze notas de um semi-tom cada ; a escala africana típica contém cinco tons (que, detalhe interessante, correspondem às teclas pretas do piano) e é chamada escala pentatônica ; a música da etnia amarela comporta de sete a doze tons, segundo a época e o país ; a música indiana, por sua vez, conseguiu estabelecer um sistema de vinte e quatro notas de um quarto de tom cada, diferentes conforme subam ou desçam. Salvo algumas exceções, somente os ouvidos indianos para discernir e apreciar essas diferenças sutis de freqüências conforme a melodia suba ou desça.
Esse sistema de um quarto de tom é, no entanto, tão natural, que os ocidentais resolveram a dificuldade causada por seu sistema temperado : usando o vibrato, esse movimento mais ou menos pronunciado do punho e dos dedos que tocam as cordas, ou o movimento da glote para as partituras vocais, ou do ar no caso dos instrumentos de sopro, os músicos clássicos podem utilizar o poder espiritualizante do quarto de tom, mesmo no quadro rígido do sistema temperado de meios-tons. No âmbito da música espiritual, a que afeta os chacras 5, 6 , 7, não farei mistério de minha escolha por mais tempo, e classificarei em primeiro lugar :
1°)- O gospel e o negro spiritual
Os herdeiros genéticos da etnia índigo original (ver « Raça ») têm faculdades musicais muito desenvolvidas ; por outro lado, têm fraquezas que se verifica constituírem o ponto forte de uma outra etnia colorida musicalmente menos dotada. Seja como for, o corpo dos Índigos (que vocês, impropriamente, chamam de « Negros ») é um instrumento maravilhoso, capaz de encontrar os movimentos de dança que levam seja a transes místicos, seja a transes de baixo astral, conforme a música tocada e objetivo dos músicos presentes ; esse corpo é também capaz de decodificar os pensamentos em infinitas combinações rítmicas ; capaz de ser utilizado como uma caixa de ressonância mais magnífica ainda, na medida em que o povo Índigo é dotado de uma laringe e de cordas vocais que possuem, mais que a maioria das outras, a capacidade de produzir todos os harmônicos do espectro sonoro audível ao ouvido humano.
Ao final do seu século XVIII, os Índigos chegaram, em centenas de milhares, às Américas. Quando todos esses talentos combinados se uniram (através de uniões sexuais, freqüentemente forçadas, entre brancos e Índigos escravos) ao dom da melodia romântica que a raça dita « branca » possui graças à herança adâmica, o conjunto, rematado com o novo conhecimento da existência de um Deus e de seu Filho Paradisíaco, surgiram o gospel e o negro spiritual ; isso foi possível tão logo os descendentes de escravos africanos provenientes do Dahomey, do Togo, da Serra Leoa e do Niger, todos adeptos da música vudu, foram evangelizados pelas boas almas cristãs que eles serviam com maior ou menor felicidade.
Os textos dos gospels são consagrados a Jesus, e os outros, à velha Bíblia. Todo domingo se pode constatar que é nas igrejas freqüentadas por esses descendentes de Índigos que as ovelhas podem sentir melhor a vibração divina de seu Criador, graças aos talentos musicais e à arte de entrar em transe místico dominada por seus pastores em particular e por esse povo precioso em geral, mas, ainda hoje, tão mal amado e sub-avaliado.
Uma pele negra não está mais nem menos longe do macaco do que uma pele branca, amarela ou verde. Que seja dito de uma vez por todas. Ao contrário, há imbecis e gênios em todas as etnias coloridas. Os racistas brancos são a melhor prova disso, é graças ao poder evocatório dos textos que lembram a escravização do povo judeu pelos egípcios e a determinação daqueles no sentido de se liberarem do seu jugo, textos cantados à sua maneira, que os negros conseguiram a força moral para enfrentar, durante toda a década de sessenta, os segregacionistas sulistas americanos, principalmente do Mississipi e do Alabama, que recusavam categoricamente conceder-lhes seus direitos civis, o que fez necessária uma luta pungente, de um lado os negros, armados somente com seus cantos (a maioria de seus líderes era constituída de cantores maravilhosos), de outro os brancos racistas e ku-klux-kanescos, que atiravam neles com o beneplácito das forças policiais locais.
A principal virtude desses cantos sagrados era (e continua sendo) eliminar o medo do espírito daquele que ouve essas melodias e essas letras. Vencido o medo, nada pode resistir aos adeptos e defensores de uma causa justa. Assim, mesmo os negros do Mississipi puderam um dia obter direitos iguais como cidadãos americanos. Melhor ainda, a qualidade da harmonia de seus coros espirituais em particular e do ritmo de sua música em geral contribuiu grandemente para o reconhecimento lento mas seguro de que, contrariamente ao que pensavam os comerciantes de escravos, os Índigos não são « selvagens inferiores », mas humanos completos, possuidores da mesma sensibilidade e da mesma inteligência potencial que tem qualquer outra das cores da grande tribo do arco-íris humano.
2°)- A música sagrada captada entre 1700 e 1900
Quando o músico está em Deus, Deus está em sua música. Isso pode constituir um teorema, e as músicas compostas por Bach, Haydn, Haendel ou Liszt aí estão para o demonstrar.
Tive a oportunidade de ouvir algumas gravações sutis, isto é, conservadas por seu anjo da guarda, improvisações dominicais de Jean Sebastian ao órgão de sua paróquia, e o Espírito de Jesus banhava a consciência dos ouvintes presentes, eletrizados pelo prazer provocado pelos eflúvios de música paradisíaca que saía dos tubos, rudimentares embora, do órgão da igreja de Leipzig. Bach era um adorador fervente de Jesus, e um contato íntimo e telepático logo se estabeleceu entre ele e o seu Deus local, o que produziu pérolas de música instrumental como « Jesus, que minha alegria dure ».
A música de Bach não é, portanto, apenas uma música para se ouvir : ela possui em si mesma os atributos curativos inerentes à natureza de Micaël-Jesus e pode, por isso, ser utilizada para curar toda uma série de doenças, dentre as quais o diabetes, pois tem, dentre outras, a virtude sonora de estimular a produção da insulina. Na Nona sinfonia de Beethoven, vários temas, especialmente quando os Coros elevam suas melodias maravilhosas, foram diretamente inspirados pelos anjos. O ouvido interno de Ludwig era tão desenvolvido que sua surdez não passou, em sua carreira, de uma leve deficiência. Ele continuava a receber a música através de seu sexto chacra !
Certas vibrações sonoras e luminosas têm a virtude de endireitar o que está danificado. Para essa direção natural, eficaz, não química e, a longo prazo, extremamente econômica é que deveriam se orientar suas pesquisas médicas e os recursos que as fazem funcionar. Do mesmo modo, é possível curar uma dor de cabeça ou fazer dormir uma pessoa com insônia crônica tocando o gongo chinês de uma certa maneira, graças às vibrações que o aquele que o concebeu desenvolveu conscienciosamente há milhares de anos. Era um adâmico...
3°)- Os ragas indianos
Apesar da hostilidade lendária que opõe entre si hindus e muçulmanos, os músicos dessas duas falsas etnias (já que ambas derivaram dos mesmos troncos raciais) se reúnem para tocarem juntos. A classe musical é única casta indiana cujos membros se comparam assim com seus irmãos muçulmanos.
Mais um sinal de que a música influencia beneficamente a inteligência daqueles que a praticam com freqüência. Os músicos indianos trabalham sua arte como uma yoga, ou seja, durante mais da metade de seu tempo enquanto acordados. Contrariamente à música ocidental, sempre em busca de novos timbres e de novas orquestrações complexas, a música indiana é fiel e religiosamente transmitida ao longo das gerações há mais de um milênio, sem sofrer qualquer modificação.
A música indiana, com seus ritmos de estrutura extremamente complicada, só pode atingir a perfeição e seu efeito espiritualizante pela agilidade pessoal que foi adquirida, com grande força de vontade, pelo musicista. Ao contrário da música ocidental, a música indiana não requer partitura. Por isso, os instrumentos indianos são tocados inteiramente de ouvido, e contam poucos trastes. A sitar indiana os tem, mas o essencial da melodia será tocado puxando-se com os dedos as cordas, de ouvido, diferentemente do violão ou do piano, cujos instrumentistas são condenados a tocar somente as melodias na escala temperada.
O shanaï, espécie de oboé indiano, não tem furos como seus primos ocidentais. As notas são tocadas exclusivamente por pressão dos lábios do executante, e requerem um virtuosismo excepcional. As gravações de Bismillah Khan, de Benares, são uma demonstração magistral disso. A música indiana só tem regras básicas necessárias para que vários músicos possam tocar juntos de modo codificado. O raga permanece na mesma tônica do início ao fim, o que regula o problema das modulações e explica porque a música indiana não precisa ser escrita. Ela pode assim manter todo seu potencial de improvisação habilidosa e arrebatadora, quando o músico chega a entrar em transe com seu instrumento. Quanto maior tiver sido seu trabalho pessoal, maior é seu talento e mais espiritualizante será sua música.
Ravi Shankar está entre os melhores dessa categoria de gênios. O número de notas no interior de uma oitava não é o único elemento que determina o caráter espiritual de uma música. O número dos modos musicais influi também no conjunto (um modo é determinado pela seleção das notas tocadas no interior de uma oitava). Os indianos levaram o refinamento ao ponto de encontrarem o modo que convinha melhor às diferentes fases do dia (manhã, meio-dia, tarde, noite), mas também às estações do ano, assim como a cada sentimento ou estado de alma, como a alegria, a nostalgia, a tristeza, a meditação, o casamento, etc...
Desde que, graças aos Beatles, Ravi Shankar começou sua tournée americana e européia, milhões de ocidentais sucumbiram ao encanto dessa música que revelou ao mundo a qualidade da cultura do povo indiano ; a paixão despertada por a essa descoberta tardia se traduziu pelo número de visitantes que a Índia recebeu em seguida, que chegou a milhões, fascinados por essa civilização fora do comum por sua exuberância e seu refinamento, que contrastam com visões assustadoras de sujeira e pobreza. Esse instrumento mágico e soberbo que é o sitar indiano surgiu « misteriosamente » há mais de dois mil anos. A ciência requerida para a regulagem das cordas e do cavalete (para que os harmônicos vibrem de acordo com o desejo do primeiro projetista) é tão complexa e especial que ainda hoje só os Indianos iniciados pelos pais, os quais tenham sido por sua vez iniciados pelos seus e assim por diante, são capazes de fabricar um sitar e de o fazer soar como é devido. O instrumento é também fora do comum no que tange à execução, pois um sitarista deve praticamente mutilar dois de seus dedos para poder tocar de acordo com as regras da arte.
As cordas do sitar são de fato comparáveis às cordas metálicas e muito finas utilizadas no piano; o músico tem às vezes de puxar para tão longe a corda usada para emitir o som que a pressão faz com que essa corda penetre na carne do indicador e do polegar. O sitarista sangrará então enquanto toca, isso durante anos, tendo, portanto, de superar a dor e aprender a vencê-la só com sua força de vontade, até que o osso e a pele fabriquem um calo suficientemente sólido para que se produza um sulco natural no qual a corda vai poder se encaixar e suportar a tensão que a partitura subjetiva do raga impõe aos dedos do instrumentista. É somente a partir do momento em que a dor é finalmente superada definitivamente que o jovem músico vai poder se concentrar plenamente no espírito do raga e começar a tocar em público.
Todos os outros instrumentos indianos têm particularidades de concepção que os torna difíceis de tocar logo de início. É pois impossível executar com perfeição um raga indiano sem antes ter, durante anos, aprendido a se superar completamente, dos pontos de vista emocional e muscular. Além disso, é preciso treinar a mente a contar durante horas sem nunca se enganar nos ciclos rítmicos, claramente mais complexos que os sempiternos ritmos binários e simplistas do rock de vocês, podendo os ciclos ir de três a quarenta e oito batimentos, passando por ciclos de dezesseis tempos e um quarto. Ao menor erro rítmico de qualquer um dos músicos, o raga desmoronaria sem possibilidade de recuperação. Ele deve, do princípio ao fim, estar sob controle, mesmo que pouco a pouco o ritmo se acelere até o final.
Isso advém do fato de que o músico indiano treina seu organismo a receber a energia cósmica que vai passar através de sua cabeça, seus dedos, seu coração, seu instrumento e, no fim, através da platéia. Os melômanos europeus, habituados, é claro, às variações complexas das partituras de seus músicos, podem ficar perturbados com o sistema monotonal de um baixo fixo, que é a expressão musical tipicamente indiana. Mas deve-se compreender que essa música só tem um objetivo : transportar o ouvinte e o músico até a região deles próprios onde se encontra Deus. Assim, a música indiana é excelente para fazer ascender a kundalini energética e harmonizar os chacras. Esta é a razão pela qual ela figura na seção « música espiritual ».
Essas músicas se servem todas elas da voz humana e de sua infinita flexibilidade de modulação harmônica e melódica. A voz é, de fato, o instrumento musical de referência mais aperfeiçoado e mais confiável que existe, quando comandada por alguém com bom ouvido. Na Índia, o raga cantado é a primeira coisa que as crianças aprendem. Depois, o instrumento servirá para reproduzir essa forma de cantar o raga que imprime o estilo muito particular de vibrato, desconhecido do ocidente.
Conclusão
A música só suaviza os costumes se o músico que a produz é suave. A importância do músico na sociedade se perdeu um pouco, pois ele deve teoricamente ser um exemplo vivo de harmonia, de acordo perfeito e de refinamento superior. O poder da música é bem maior do que vocês possam supor. Um único músico particularmente genial poderia, com a simples beleza de suas melodias, mudar, graças a uma série de reações em cadeia, o nível de consciência de seu país e até mesmo do mundo.
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[1] Griots: Negro africano que pertence a uma casta especial, e é ao mesmo tempo poeta, músico e feiticeiro.
samedi 2 février 2008
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1 commentaire:
muy hermoso tu comentario no puedo estar mas de acuerdo DANIEL DE MENDOZA
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